quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Fugindo

Parecia que a distância era eterna. Mesmo correndo com medo de ser pego por milhares de soldados, as pernas muitas vezes insistem em dar sua opnião. A solidão desse lugar as vezes lhe dava calafrios. Prédios com imagens distorcidas, andar por andar, com feições ponteagudas e góticas. Detalhes em preto e vermelho formavam uma paisagem uniforme de toda região e mesmo fora da cidade, nada mudava. Tudo era preto e vermelho.

Depois de dois dias de viagem, finalmente conseguiu avistar algo: Uma pequena estrutura, com uma imagem pendurada no seu telhado, a qual se assemelhava a um gárgula. Religiões, sempre as mesmas com apenas uma diferença: a imagem que veneram.

Um homem encapuzado e um tanto corcunda seguia em direção aos campos de milho roxo. De alguma forma, uma esperança para Joe.

- Ei!!!! Você! Espere um pouco!

O homem o olhou de longa distância, mas com uma fixação que dava arrepios. Mas ele precisava de ajuda, e naquele momento, até mesmo a ajuda de um rebelde seria útil. Obviamente, já não vestia mais os trajes militares, afinal, fora das cidades arteriais, isso seria algo semelhante a cometer suicídio. E pensar que dias atrás havia exterminado um grupo de homens, dos que hoje, eu faz parte. Porém sabia que ali, jamais seria encontrado pelas tropas da COE.

- Por favor! Eu estou perdido, venho caminhando há dias e preciso de abrigo!

O homem agora já mais próximo, com visíveis verrugas espalhadas por toda face e um olho de vidro, parecendo quase morto, respondeu:

- Você é mais um deles? Veio nos eliminar por sermos diferentes? Se é, sugiro que vá embora o quanto antes, pois os rebeldes estão armando um novo plano.

- Não senhor... - respondeu sem saber já ao certo quem era - Sou apenas um viajante sem rumo, e a esta altura, já não imagino onde possa me localizar. Se houver qualquer coisa que eu possa...

- Cale-se jovem! Parece uma criança em desespero falando! Se quer alimento e um lugar para passar umas noites, me ajude na colheita. Mas antes, vá levar essa sua mochila cheia de tralhas para dentro. O quarto em que você poderá ficar é o terceiro à direita partindo da porta principal. Não estranhe pois há outro homem que mora lá e me deve favores, assim como outras pessoas que verá nos outros quartos.

- Tudo bem senhor... Volto em instantes.

Até agora tudo estava indo bem, afinal, poderia agora estar sendo comido vivo, ou sacrificado por militares fanáticos. Entrei então na macabra casa de madeira com detalhes em pedra. Tudo parecia muito mórbido. A imagem de santos, retratava seres metade homem, metade serpentes e outros animais um tanto quanto peçonhentos, e todos lembravam de alguma maneira , objetos fálicos, onde a mulher sempre acabava empalada ou envolta a sangue em sua região genital. Ele sabia que os rebeldes não possuiam religião específica, e que cada um seguia o rumo em que achasse mais correto, mas precisava parar justamente na casa de um gótico, vampiro, fissurado em vaginas sangrentas? Não era seu dia de sorte.

Dirigiu-se então ao seu quarto. Não acreditou no que viu.

- Marck seu FILHO DA PUTA!!!!! O que você ta fazendo aqui?!?!

2 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. Com é que é?! QUEM TÁ NO QUARTO??

    E que religião diabólica, de objetos fálicos, sua cabeça inventou agora?!

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