terça-feira, 23 de dezembro de 2008

O Estigma

Um cheiro de molhado unido à uma presença de muito, mas muito mato. O silêncio era apenas quebrado por respirações rápidas e ofegantes que entregavam a qualquer bom assassino, que oque na verdade pairava pelo ar era o medo. Uma luz emanando pouco a frente, e mal tinham coragem de se entreolhar. Algo ali atrás se mexia e a agonia aumentava a cada segundo passado.

- GrtstGrrrrrrrrrr......

- Cara, o que foi isso...- Sussurrou Joe.
- Tem alguém aí? - Repetiu, com as mãos estremecidas e já descascando os galhos da árvore em que agarrava.

Foi num piscar de olhos, em que Joe se viu sózinho sem nenhum de seus amigos ao lado. Nada parecia explicável e muito menos coerente. Joe estava só.
Isso começou a se tornar insuportável, e a loucura parecia uma idéa um tanto quanto palpável naquele momento. Em sua mente, imagens de círculos, seres deformados, vultos e diversas formas que fogem de qualquer padrão já desenhado se perdiam em sua mente como uma nave viajando rumo ao desconhecido.
Motivado pelo desespero e pela insanidade, tudo isso que passou em sua cabeça, na verdade não durou mais que um segundo, e foi então que Joe criou coragem para se voltar em diração à luz que estava ali lhe chamando de alguma maneira.

Levantou-se lentamente e comoçou a caminhar em direção ao desconhecido. Uma missão rumo ao inimaginável, às dúvidas, aos medos.
Na vida, quem trepida ao enfrentar um novo obstáculo, cai ao chão, e quanto mais demora para se levantar, mais difícil isso se torna. Malditos seres humanos, que se contentam com tudo e conseguem achar uma caixa confortável, sendo que existe um mundo inteiro para se desbravar.
Joe Fox não iria cair, não mais. Passou grande parte da vida se dedicando a instituições cegas e totalmente limitantes.

Nada mais importa, pois se já sabemos tudo, porque vivemos afinal?

Nenhum comentário:

Postar um comentário